SER E TER
O que faz uma pessoa mais feliz? É o Ser, o Ter ou ambos? Há
uma questão de cultura ou de momento a ser considerada. Os nômades, por
exemplo, não se preocupavam em acumular propriedades. O que possuíam eram armas
que lhes possibilitassem a caça para garantir o seu sustento. Era mesquinharia
ter algo além disto!
Na sociedade atual a felicidade está em consumir, em ter, em
comprar e depois descartar coisas numa velocidade cada vez maior. Coisas que
nem sempre se necessita são adquiridas sob estímulos dos meios de comunicação.
Às vezes são compras sob emoção, para esbanjar ostentação e aparência.
Tirar os bens materiais daqueles que se preocupam mais com o
Ter faz com elas se sintam totalmente perdidas, pois não encontram mais
sentido em suas vidas, sentem um imenso
vazio!
Em um mundo dominado por nações materialistas e ainda sem ter
alcançado suficiente desenvolvimento espiritual grande parte das pessoas dedica
a sua vida a acumular dinheiro e bens materiais.
Desde cedo as crianças se acostumam a ter o que querem e
passam a valorizar os seus amigos por suas aparências. Na puberdade tudo é
novidade. Os jovens estão ávidos por conhecimento e em ter o melhor (o melhor
relógio, o melhor tênis, o melhor notebook). Ocorre que, sem reservas morais
suficientes, muitos se tornam escravos da posse material e acham natural
escravizar os seus semelhantes para atingir os seus objetivos.
Não se pode negar que as posses materiais são conquistas
socioeconômicas do ser humano, pois gera qualidade de vida, desenvolvimento da
indústria , comércio, das ciências e das artes, garantindo à Humanidade a
superação de obstáculos para a sobrevivência básica.
A conquista do ter é dever de todos. Contudo, jamais mais
importante do que a do SER, que é a conquista dos valores morais e leva o
indivíduo a elevar-se como espírito.
A aquisição de bens materiais não dever ter como base a
avareza, e como objetivo a conquista de posição social passível de inveja ou de
submissão de outrem.
Os bens de uso próprio superiores àqueles necessários à
dignidade do indivíduo e de sua família não observa o princípio de que “devemos
amar ao próximo assim como a nós mesmos”. É preciso SER mais que Ter! O SER é
eterno, o Ter é passageiro.
É
preciso que busquemos a transformação social de maneira a que o SER se
sobreponha ao Ter, como virtude, como base para todas as conquistas, como
verdadeira essência da pessoa.